9 de out. de 2014

OSTEICHTHYES - Peixes ósseos

[Material do caderno + slides aula. Deixe seu feedback nos comentários se necessário. Fonte imagens: Google]



OSTEICHTHYES

Peixes ósseos.



REINO > Animalia
FILO > Chordata
CLASSE > Osteichthyes
SUBCLASSE > Sarcopterygii (Nadadeiras LOBADAS)
SUBCLASSE > Actinopterygii (Nadadeiras RAIADAS)

Os Osteichthyes são o grupo de vertebrados mais numerosos e diversificados (cerca de 27mil espécies).

Apresentam grande variedade de adaptações anatômicas, fisiológicas, comportamentais e ecológicas.

Existem em grande diversidade de habitats aquáticos marinhos e de água doce.

Escamas de origem óssea, não podem ser substituídas.



Respiração acessória -> Possuem as branquias, mas utilizam outro órgão para respirar também:
branquia + bexiga natatória = para troca gasosa, etc. Ex. bagre, cascudo.
Fora d'água, uma tilápia dura no máximo 5 minutos, enquanto um cascudo dura quase um dia todo, graças a seus órgãos acessórios.
No caso do peixe Betta, ele pega o oxigênio da superfície e usa o tímpano, que é muito vascularizado, para fazer a troca gasosa (respiração).
Branquias numa câmara recoberta pelo opérculo ("tampa óssea"), um arco cheio de filamentos branquiais: a câmara branquial deve estar sempre úmida. Alguns não tem opérculo.

Maioria possui nadadeira caudal homocerca, raros são os que possuem a dificerca. Mas alguns não apresentam a nadadeira caudal.


Dentes variados na forma e função, não repostos; hábitos alimentares variados:
- Carnívoros com morfologia e comportamentos variados
- Alguns não tem dentes
- Os que tem dentes, a forma dos dentes indica a sua alimentação.

A maioria tem fecundação externa, ovíparos (ovos)

Ossos endocondral (peixes ósseos e tetrápodes); células impregnadas com cálcio

SUCESSO DOS PEIXES ÓSSEOS / vertebrados:
- Quantidade de espécies (em número, formas, diversos ambientes ocupados


EVOLUÇÃO DOS PEIXES ÓSSEOS:
- Especialização dos mecanismos de alimentação.
- "Era dos Peixes" iniciou-se grande diversificação dos peixes
- Primeiro esqueleto ossificado: Devoniano, em depósitos de água doce


CARACTERÍSTICAS COMUNS AOS PEIXES ÓSSEOS:
- Ossos dérmicos (escamas)
- Divertículo esofágico (evaginação do trato digestivo embrionário, impermeável a difusão de gases): órgão respiratório (pulmão; pulmão é um caráter ancestral dos peixes e seus descendentes tetrápodes); órgão flutuador (bexiga natatória).
A história do desenvolvimento desse divertículo reflete as mudanças que ocorreram durante a evolução dos peixes ósseos:
1 º - Pulmão Primitivo - ex. piramboia; divertículo ventral com ligação ventral; problema que o peixe ficava pesado na parte superior, limitando o nado ativo.
2 º - Solução primitiva para o problema de Instabilidade - pulmão dorsal, com ligação ventral; ex. peixe pulmonado australiano; essa mudança do pulmão acabou resolvendo um problema.
3 º - Próximo passo para aprimorar esse problema de instabilidade - pulmão dorsal, com ligação dorsal. ex. pirarucu e enguia
4 º - Uso do divertículo como flutuador - órgão hidrostático, melhorando flutuabilidade. Teleósteos mais diferenciados não mantém a conexão. Em um grupo de peixes, surgiu uma vesícula no esôfago que faz trocas gasosas. Então essa vesícula foi para o dorso e deixou de ser de respiração, e passou a ser de flutuação = BEXIGA NATATÓRIA.

Como a BEXIGA NATATÓRIA FUNCIONA?
Antes era ligada pela boca, agora é ligada por vasos sanguíneos. O oxigênio vem da corrente sanguínea.

Transporte pela hemácia + Hemoglobina:
CO2 + Hb ---> CO2Hb
O2 + Hb ---> O2Hb
O nosso bulbo tem a capacidade de identificar a redução do pH do sangue. Sangue mais ácido por não respirar:
CO2 + HbO ---> HCO3 +4 (ÁCIDO)

No caso dos peixes, o pH (ácido lático) ácido no sangue, aumenta a acidez e facilitando a liberação do oxigênio preso à hemoglobina.



CLASSIFICAÇÃO DOS PEIXES ÓSSEOS


  • ACTINOPTERYGII
  • SARCOPTERYGII




SARCOPTERYGII



Sarcos = Carnosa
Pterygium = Nadadeira
Mais controle e flexibilidade no movimento.

Nadadeiras LOBADAS, carnosas.

Narinas comunicadas com a cavidade bucal, pulmões funcionais.


- CROSSOPTERYGII
Crosso = franja
pterygii = nadadeira
São marinhos
Sem pulmão funcional
ex. Celacanto

- DIPNOI 
Di = dupla
Pnoi = Respiração
Água doce (brejos, pântanos, áreas de pouco oxigênio), no Hemisfério Sul
Peixes pulmonados
ex. Pirambóia (Am. do Sul), Protopterus (Africa), Neoceratodus (Australia)







ACTINOPTERYGII


Actinos = espinhos
Pterygii = nadadeiras

Maioria dos peixes ósseos atuais.

Nadadeiras RAIADAS; permitem maior manobrabilidade.
Nadadeiras mais móveis;
Escamas mais leves;
Aperfeiçoamento na dentição, na arcada dentária: mecanismo de apreensão de alimento

Narinas não se comunicam com cavidade bucal.

Aperfeiçoamento da BEXIGA NATATÓRIA




  • GRUPOS DOS ACTINOPTERYGII:



1 - CHONDROSTEA (Acipenseriformes)
- Esturjão (bentônicos - vivem no fundo da água)
- Peixe-espátula (Mais primitivos, esqueleto não totalmente ósseo; planctívoro)
- Hemisfério norte
- Águas costeiras e doces


2 - POLIPTERIFORMES
- Águas doces
- Africa
- Primitivos - tem escamas ganóides, bexiga natatória com ligação ventral
- Raros

3 - NEOPTERYGII primitivos (Holostei)
- Raros, poucas espécies
- Água doce
- América do norte
- Predador

4 - TELEOSTEI (NEOPTERYGII atuais)
- Maioria dos peixes de nadadeiras raiadas
- Cerca de 21mil espécies viventes
- Provável origem no mar
- Grupo ALTAMENTE DIVERSIFICADO
- Nadadeira mais central, normalmente duas.
- Modificações nas nadadeiras:
a) Nadadeira caudal homocerca = movimentos controlados e precisos
b) Nadadeiras pares = mobilidade, controle de movimentos, coleta de alimento, a corte, planar, etc.
c)  Escamas finas = 2 camadas, mais leveza
- Modificações nas maxilas:
a) Maxila superior = maxilas mais flexíveis, variedade de hábitos alimentares
b) Rastros branquiais; Mandíbula que pode ser projetada = captura de presas na água, sucção; boca protáctil
c) Opérculo = Maior quantidade de água passa pelas branquias


4.1 - Grupos de TELEOSTEI :
4.1.1 > OSTEOGLOSSOMORPHA
4.1.2 > ELOPOMORPHA
4.1.3 > CLUPEMORPHA
4.1.4 > EUTELEOSTEI
4.1.4.1 PROTACANTHOPTERYGII - salmões e trutas
4.1.4.2 NEOTELEOSTEOS BASAIS - peixes meso e batipelágicos
4.1.4.3 PARANTHOPTERYGII - bacalhau, diabo-marinho
4.1.4.4 ACANTHOPTERYGII - peixes com nadadeiras com espinhos
4.1.4.5 OSTARIOPGYSI - 80% dos peixes de água doce do mundo
Ostar = pequeno osso
Physi = bexiga
- Substância de alarme no tegumento: muco
- Bexiga natatória é usada como amplificador, e uma série de ossos (Aparelho de Weber) conduz as vibrações ao ouvido interno: capta som
4.1.4.5.1 - Characiformes - América do Sul e África
4.1.4.5.2 - Cypriniformes - exceto América do Sul, Antártida e Austrália
4.1.4.5.3 - Siluriformes - exceto Antártida (BAGRES e CASCUDOS)
4.1.4.5.4 - Gymnotiformes - América do Sul (PEIXES ELÉTRICOS)




  • Osteoglossomorpha 

- Água doce;
- Aruanã e Pirarucu
- Língua óssea: raspador

ARUANÃ


  • Elopomorpha 

- Elopo = longo
- Enguias, Tarpão, Linguado
- Maioria marinho
- Ampla distribuição
- Larva leptocéfala (cabeça pequena)
ENGUIA

  • Clupeomorpha 

- Sardinha, Anchova e Manjuba
- Ampla distribuição
- Formam cardumes
- Filtradores de plâncton
- Maioria marinho
SARDINHA

  • Euteleostei

- Maioria dos peixes conhecidos
- Mais atuais
- Água doce e marinho
SALMÃO


-> EUTELEOSTEI (clado mais extenso dos Teleósteos):

Ostariophysi (80% dos peixes de água doce)
Tem aparelho Weberiano formado pela conexão bexiga natatória com o ouvido interno através de pequenos ossos: função de amplificar e conduzir ondas de som aumentando a sensibilidade auditiva. O som se propaga mais na água que no ar.


Protacanthopterygii (salmão, truta)

- Paracanthopterygii (bacalhau)

- Acanthopterygii (tucunaré)



AULA DE 10/10:


Fatos a considerar:


  • Peixes mais antigos apresentam dupla respiração (pulmonar e branquial)
  • Osteictes tiveram auge no Devoniano em água doce e invadiram os mares no final do Paleozóico.
  • Pulmão dos peixes Osteictes = vascularizado e faz trocas gasosas, mas não é um pulmão igual o nosso. A respiração pulmonar se tornou a mais eficiente para trocas gasosas. O pulmão surgiu nos peixes, e ficaram mais desenvolvidos nos répteis em diante.
  • Hábitos alimentares diversificaram desde o surgimento da arcada dentária.




MAIS SOBRE OS OSTEICTES:



  • 1 - ESQUELETO (+ ou -) ossificado, numerosas vértebras ("espinhas"), notocorda pode persistir em parte (em alguns grupos), nadadeira caudal homocerca (raras dificercas).

No caso dos Actinopterygii (aqueles que tem nadadeira raiada), as nadadeiras são sustentadas pelos raios (espinhos), que são ligados pela musculatura.


  • 2 - PELE com escamas sobrepostas embricadas na derme e revestidas pela epiderme que contém células mucosas.

ESCAMAS DE TRÊS TIPOS: ganoide, cicloide (a mais comum) e ctenoide. Muitos sem escamas, como o bagre e o mandi. Ou com placas ósseas como o cascudo e o carboja. Ausência de escamas placóides.

Imagem acima: à esquerda tem as escamas placoides (que são lá da classe dos peixes de esqueleto cartilaginoso, tipo o tubarão). E à direita são as escamas da classe que tamos vendo aqui, dos peixes ósseos, que pode ser: ganoide (em formato de losango), ciclóide (a mais comum, encontrada em peixes teleósteos), e a ctenóide (que é mais quadradinha).



O pedúnculo caudal dá um impulso para a frente para o peixe: ou ajuda no arranque (no caso do peixe traíra, que ataca de surpresa), ou ajuda para velocidade contínua (como peixes que fazem migração). Então, observe que, o dependendo do uso é o que "molda" a cauda, o músculo dela no peixe.

As nadadeiras peitorais auxiliam no direcionamento.

As vértebras (espinhas) sustentam a musculatura toda do animal.

Músculo + ossos + articulações e tendões = MOVIMENTOS (nesse sentido, temos mais diversidade de movimento que os invertebrados, por conta dessas estruturas).



  • 3 - PRESENÇA DE NADADEIRAS PARES (peitorais e pélvicas) E ÍMPARES (dorsal, caudal, anal e adiposa), não todas necessariamente presentes num peixe. Presença de RAIOS ÓSSEOS ou cartilaginosos nas nadadeiras.


  • 4 - BOCA TERMINAL com muitos dentes (alguns desdentados), MAXILAS presentes (maxilar superior e mandíbula), BULBOS OLFATÓRIOS PARES ("narinas") que podem ou não estar ligados à cavidade oral.


Mandíbula se refere sempre ao maxilar inferior.






  • 5 - RESPIRAÇÃO através de brânquias, que são suportadas por arcos branquiais ósseos e cobertos pelo opérculo (placa).


Opérculo = para proteger; é uma estrutura óssea.

Imagem acima: ARCO BRANQUIAL dá a sustentação, e os FILAMENTOS BRANQUIAIS fazem a troca gasosa.



  • 6 - VESÍCULA GASOSA (Bexiga natatória): pode estar conectada por ducto no esôfago.





  • 7 - CIRCULAÇÃO FECHADA. Coração com 4 câmaras (seio venoso, átrio, ventrículo e cone) que bombeiam um único fluxo de sangue não oxigenado; sistemas arterial e venoso; característicamente 4 partes de arcos aórticos; sangue com células sanguíneas, hemáceas nucleadas.


Explicando a grosso modo, isso é o seguinte: uma circulação aberta pode-se exemplificar o que encontramos em invertebrados, que não tem vasos definidos (veias e artérias), é mais para animais que tem hemolinfa (aquela gosma amarela) em vez de um sangue propriamente dito. Já na circulação fechada, que encontramos nos vertebrados (obviamente inclui os peixes), é a "típica" que conhecemos, que tem um coração, veias, artérias definidos.



O coração do peixe tem um átrio e um ventrículo.

No caso dos peixes, não se mistura o sangue arterial com o venoso. (Lembre-se que, nem sempre um sangue arterial é da artéria, e venoso da veia. Tem muito com a ver com o transporte dos gases que cada um está carregando. Mas lá em fisiologia a gente aprende melhor sobre isso.)



  • 7 - SISTEMA NERVOSO composto por cérebro com lobos olfatório pequenos, lobos ópticos grandes e cerebelo (movimentos elaborados), 10 pares de nervos cranianos, 3 pares de canais semi-circulares.

  • 8 - SEXOS SEPARADOS - dimorfismo sexual; podendo haver reversão de sexo em alguns (como na tilápia); gônadas pares, fertilização externa (em geral). formas larvais (quando ocorrem) podem ser muito diferentes dos adultos.


O dimorfismo sexual, que é uma diferenciação externa de machos e fêmeas não é tão comum nos peixes.

Gônadas são os órgãos reprodutores (exemplo: testículos, ovários).

90% dos peixes fazem FECUNDAÇÃO EXTERNA.
10% fazem FECUNDAÇÃO INTERNA.

Fecundação externa nada mais é que, a grosso modo, jogar os gametas na água para fecundarem e desenvolver-se ali.


Na foto: o macho (acima) e a fêmea (embaixo). Nota-se um claro exemplo de dimorfismo sexual no salmão-vermelho, veja que o macho se difere pela corcova e pelo formato das maxilas, na época do acasalamento.








































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